notícias sobre natação

Nadador Daniel Dias é eleito para Conselho Internacional de Paratletas

O nadador Daniel Dias foi selecionado como membro do Conselho dos Atletas pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC). O anúncio foi feito pela principal entidade do esporte paralímpico neste sábado (4). Reconhecido como o maior medalhista paralímpico brasileiro, Dias representará os paratletas até a próxima edição dos Jogos, em Paris 2024.

Ao longo de suas participações em quatro edições das Paralimpíadas, o multimedalhista subiu ao pódio 27 vezes, conquistando um total de 14 medalhas de ouro, 7 de prata e 6 de bronze.

Juntamente com Dias, outros cinco atletas foram escolhidos para representar a classe no Conselho dos Atletas: Martina Caironi (atletismo) da Itália, Omara Durand Elias (atletismo) de Cuba, Takayuki Suzuki (natação) do Japão, Jitske Visser (basquete em cadeira de rodas) da Holanda e Zahra Nemati (Tiro com arco) do Irã. A eleição ocorreu entre 19 de agosto e 3 de setembro, com 2447 competidores exercendo seu direito de voto entre os 22 atletas candidatos. A condição para a candidatura era ter participado das últimas duas edições dos Jogos, Londres 2012 e Rio 2016.

Em uma entrevista à CNN, Dias compartilhou sua emoção durante sua despedida da natação paralímpica, afirmando que seu coração bateu mais forte do que o habitual. Ele disputou sua última prova nos Jogos Paralímpicos de Tóquio nesta quarta-feira (1º), conquistando três medalhas de bronze em diversas categorias. O atleta de 33 anos, considerado o maior medalhista paralímpico do Brasil, será o porta-bandeira na cerimônia de encerramento dos Jogos Paralímpicos de Tóquio, marcada para domingo (5) às 7h20 (horário de Brasília). Esta será a terceira vez que Daniel Dias terá a honra de carregar a bandeira brasileira, após as participações como porta-bandeira nos Jogos de 2008 (Pequim) e na abertura dos Jogos de 2012 (Londres).

Nadadora canadense diz ter sido drogada no Campeonato Mundial; federação investiga

A Federação Internacional de Natação (FINA), entidade global que governa a natação, anunciou na quinta-feira (7) que está em comunicação com a Swimming Canada após a revelação da atleta olímpica Mary-Sophie Harvey de que teria sido dopada na última noite do Campeonato Mundial deste ano. A nadadora canadense, de 22 anos, compartilhou em sua conta no Instagram que acordou “completamente desorientada” com “dezenas de hematomas” em seu corpo após o incidente. Sentindo-se compelida a compartilhar sua experiência, Harvey afirmou que tais situações infelizmente ocorrem com frequência.

Em resposta, a FINA expressou profunda preocupação com o bem-estar de Mary-Sophie Harvey, declarando em um comunicado à Reuters: “A FINA está ciente dos relatos angustiantes sobre Mary-Sophie Harvey e está profundamente preocupada com seu bem-estar.” Além disso, a organização destacou que, em 2021, implementou medidas abrangentes destinadas a proteger os atletas e anunciou a designação de um oficial de investigação independente para examinar mais a fundo o incidente.

Vale ressaltar que Harvey conquistou uma medalha de bronze em Budapeste como parte da equipe de revezamento 4×200 metros do Canadá durante o campeonato mundial, que chegou ao fim em 25 de junho.

Entenda a nova regra que restringe mulheres trans das competições de natação

Uma resolução da FINA relativa a atletas trans reacendeu o debate sobre as implicações fisiológicas do tema no esporte. Conforme a nova decisão, somente atletas trans que completaram a transição antes dos 12 anos, período de início da puberdade, podem competir contra mulheres cis, desde que mantenham um nível de testosterona de 2.5 nmol/L no sangue.

Aqueles que não se enquadram nessas diretrizes terão uma nova categoria separada para competir. É importante notar que essas regras não se aplicam a homens trans, que podem continuar competindo sem restrições.

O professor de endocrinologia da Universidade São Camilo, Leonardo Alvares, em uma entrevista à CNN Rádio no programa CNN No Plural+, explicou que, até então, as associações esportivas seguiam as orientações do Comitê Olímpico Internacional (COI). No entanto, o próprio COI recomendou que cada federação esportiva desenvolvesse suas próprias regulamentações para atletas trans.

Alvares observou que essa orientação da FINA reflete uma tendência em direção à individualização do esporte, levando em consideração as especificidades físicas de cada modalidade. Ao mesmo tempo, ele considera que a decisão da FINA é prematura, pois a fisiologia do esporte ainda está em estágios iniciais de pesquisa relacionada a indivíduos trans submetidos a hormonioterapia e bloqueio puberal.

O especialista destacou que os dados atuais indicam que a massa muscular de mulheres trans que passaram pela puberdade masculina e iniciaram a hormonioterapia apresenta uma diminuição, mas não atinge os níveis de mulheres cis. Isso sugere a existência de um “nível intermediário” em termos de capacidades esportivas, abrangendo massa muscular, força e capacidade cardiopulmonar.

No entanto, Alvares também abordou o desafio da avaliação de crianças e adolescentes que podem ser trans, enfatizando que é uma tarefa complexa. Ele expressou preocupação em relação ao ponto de corte da idade aos 12 anos, pois antecipar uma decisão tão importante pode ter consequências a longo prazo. Além disso, considerando que o acesso a serviços de saúde para crianças e adolescentes antes dessa idade é difícil, a decisão pode ser ainda mais complexa.

Diante dessas complexidades, o médico defendeu a inclusão de profissionais de bioética e direitos humanos na tomada de decisão, enfatizando a importância de considerar o ser humano em vários aspectos. Ele também instigou os profissionais de saúde ligados ao esporte a desenvolverem mais estudos para fundamentar as decisões das federações esportivas.

Nadadora Anita Álvarez perde a consciência na piscina e é resgatada por treinadora

A nadadora norte-americana Anita Álvarez foi resgatada do fundo da piscina por sua treinadora durante o Campeonato Mundial Aquático da Federação Internacional de Natação (Fina), realizado em Budapeste, Hungria, após perder a consciência na quarta-feira (22).

Ao perceber que a nadadora artística de 25 anos afundou ao final de sua coreografia na competição livre feminina solo, a treinadora Andrea Fuentes, quatro vezes medalhista olímpica em nado sincronizado, pulou na piscina. Ela ergueu Álvarez até a superfície antes de ajudar a levá-la para a borda da piscina. A atleta recebeu assistência médica à beira da piscina e foi posteriormente transportada em uma maca, conforme relatado pela Reuters.

Este episódio marca a segunda vez em que Fuentes teve que resgatar Álvarez. A primeira situação ocorreu durante um evento classificatório olímpico no ano passado, quando ambas foram levadas para um local seguro.

Em uma entrevista de rádio à emissora espanhola Cadena COPE, Fuentes compartilhou: “Acredito que nunca havia nadado tão rápido, mesmo quando ganhei medalhas olímpicas. No final, consegui erguê-la, e ela não estava respirando. Em seguida, veio o socorrista.”

Um comunicado na página do Instagram do Nado Artístico dos Estados Unidos afirmou que Álvarez descansará durante o dia seguinte e consultará um médico para avaliar sua condição antes das finais de natação livre por equipes, programadas para a sexta-feira, de acordo com a Fina.

Fuentes assegurou que Anita estava bem, com todos os sinais vitais normais, e destacou a natureza desafiadora dos esportes de alta resistência, reiterando que, às vezes, os atletas ultrapassam seus limites. Anita Álvarez terminou em sétimo lugar na competição, com o ouro sendo conquistado por Yukiko Inui, do Japão, seguida pela ucraniana Marta Fiedina e pela grega Evangelia Platanioti em segundo e terceiro lugar, respectivamente, conforme informações da Fina.